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segunda-feira, 18 de março de 2013

"Para amar, é preciso ser vulnerável."



É por saber que se chora


Quando você apareceu toda a minha bagunça se organizou em gavetas catalogadas. Todos os meus monstros saíram do armário e foram parar na nossa cama em formato de aconchegantes almofadas, distribuíram-se nas paredes, porta-retratos e murais em formato de fotografias dos nossos melhores momentos, mudaram de cidade junto conosco e nos ajudaram, amigavelmente, a mobiliar nosso primeiro apartamento. Você travestiu meus maiores medos com fantasias de felicidade, histórias de amor e para sempres que duraram até que eu me desse conta que mesmo  em novo formato, você apenas os escondeu de mim, mas nunca, de fato, os afastou de mim.

Quando você foi embora, fez questão de levar consigo somente as fantasias, deixando o que mais me assustava ali, bem à vista, a espreita. Além daqueles que sempre tive, me presenteou com medos novinhos em folha, porque você sempre soube, eu sempre mostrei - e dei - tudo de mim. Você sabia desde besteiras como o quanto chicletes enormes e coloridos me fazem bem até o quanto as pessoas me fazem mal; e eu te dei desde o meu primeiro sorriso do dia - por mais que eu não quisesse sorrir -, até a minha infinita carência noturna, aquela que expõe o melhor e o pior de mim, eu compartilhei minha alma, transparente, despretensiosa, ingênua, suja, rancorosa, amável e amante. E recebi em troca todas as mentiras que eu acreditei serem verdades, recebi em troca, como quando ligamos o chuveiro e a primeira água a cair é gelada e arrepiante, o tempo, sem a opção de controlar sua temperatura e torná-la mais amena, aceitável, sequer menos dolorida. 
E eu chorei. Chorei nossa falsa perfeição, chorei sua ausência que levou embora o seu sorriso, seus livros, sua poeira e nossas histórias, chorei nossa necessidade, mas chorei principalmente o estrago que eu lhe permiti fazer aqui, muito maior do que gavetas e monstros, muito pior que um coração partido, eu chorei por não te conhecer e não mais me reconhecer em ti. Eu chorei por não me permitir reconhecer em mais ninguém, chorei sua ausência em todos os cantos de mim, chorei a saudade dos planos, chorei a falta de tê-lo em meus planos, chorei meus desejos e crendices tolas perdidos ao longo de nós, chorei por não saber se te colo uma etiqueta de passado feliz ou presente triste, chorei por saber a imensidão de meus infinitos cravejados da sua presença e por não saber até quando você se fará, assim, tão presente. Chorei por não conseguir apenas te catalogar como passado e esconder na gaveta mais profunda de mim, sem que ninguém tenha acesso, não mais, nem mesmo eu. Choro por saber que um dia eu simplesmente vou acordar e você vai ter ido embora de vez, de mim, dos nossos lençóis e do meu futuro.
O problema é que quando você foi embora, as gavetas viraram montes de lixo, os nomes nas etiquetas ficaram apagados, minha bagunça se fez maior, multiplicou-se por mil e você não está aqui para me ajudar a colocar tudo de volta no seu devido lugar, mesmo assim eu ainda lhe busco em meio a lembranças e sapatos espalhados pelo chão. 

terça-feira, 5 de março de 2013

ASSHOLE



"Smile for the camera sweetheart. I really wanna immortalize the moment." 

In trash.

It's like you told me would be
It's nothing, nothing, nothing
Nothing at all
I was (almost) right about us from the beginning. 
I'm a vindictive cow, truth be told. 
And you showed an perfect asshole. 
Is part of your "manly essence" and lack of personality, admit it.

So fucking cordial.
Sickly sweet smile.
The best false words...
For the worst fake feelings.

Just remember the first step in forgetting...
Is destroying all the evidence.
With friends like you,
Who needs subtext?
Is not it?

Ah! Just one more thing.
You fall deeper in your favourite cliché, Mr. motherfucker.
And I really don't care.
Because you're just an asshole!

Always was and always will be.
Never forget that...
Will not, because you so sure how much I.
Have a nice life!

This was my better love letter.
Thanks for that, asshole.

Paula Moran  Março/2013